domingo, 27 de julho de 2008

PRIMEIROS TEATROS DO RIO DE JANEIRO

O primeiro teatro que eu tenho notícia foi o "TEATRO DO PADRE VENTURA", inaugurado em 1748 na atual rua dos Andradas. Padre Ventura, em seu pequeno teatro, acumulava as funções de: Regente de orquestra, autor e diretor de peças, apresentador, além de dançarino de Fado e Lundu. Foram encenados nesse teatro, peças de Molière, Metastásio e Voltaire. O elenco era composto por negros e mulatos que precisavam passar pasta de farinha em seus rostos para encobrirem sua cor. Em 1769, o TEATRO DO PADRE VENTURA, chegava ao seu fim após um dramático incêndio provocado acidentalmente pelo próprio padre durante uma peça em que um dragão soltava faíscas... Padre Ventura, que veio a falecer poucos meses depois do incêndio, foi um dos primeiros animadores culturais do Rio colonial. Pouco se fala desse homem que foi tão importante para as nossas artes cênicas.

TEATRO DE MANUEL LUÍS

O teatro, também chamado de NOVA ÓPERA, foi inaugurado pelo marquês de Lavradio (vice-rei) em 1776 em um espaço que havia junto ao prédio do Paço. O empresário Manuel Luís Ferreira (português), recebeu a concessão do teatro por ser amigo do vice-rei. Aliás, Manuel Luís prestava ao vice-rei marquês de Lavradio, os serviços de "arranjador de mulheres".

OUTROS TEATROS

Ainda tenho notícia de mais dois teatros pequenos que funcionaram no Rio setecentista: um era localizado na rua do Passeio, inaugurado em data desconhecida, lá foram encenadas peças traduzidas de autores italianos. Um outro teatro, muito pequeno, ficava localizado no campo da Ajuda em um espaço que hoje compreende o Teatro Municipal e a Cinelândia. Nele foi representado um drama de Alvarenga Peixoto: "Enéias no Lácio", que mais tarde também seria representado no teatro de Manuel Luís. No final do século XVIII, a Coroa portuguesa estabeleceu severas normas para as atividades teatrais sob pretexto de acabar com a "licenciosidade" nos costumes femininos. O então chefe de polícia, Pina Manique, baseado em um decreto de Dona Maria I, proibiu as mulheres de atuarem. O tal decreto foi revogado alguns anos depois, no entanto, foi costume durante muito tempo, jovens atores interpretarem papéis femininos no Rio.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

CANTEIRO DO AMOR

o quintal de nossa casa
em seus olhos

o cheiro das flores
em seus cabelos

o sabor das frutas
em seu beijo

o nosso amor de fruta madura
ternura infinita do céu

LABIRINTO

do tufão ao vento
mais brando, ameno
da escuridão do meu pensamento
ao vulto que intuito, pequeno

ao culto frenético que enceno
patético no altar de um hospício
sinto-me pleno
ou me alieno
mergulhado em um vício
e me atiro de um edifío
overdosado em suave veneno

e se não morro, corro
sentindo o vento do tufão
no meu coração
refrescar sereno

sou afogado pelo mar
desligo-me como numa prisão
e como um trovão
novamente me anteno
mas ainda tragado por esse mundo cão
sinto-me pequeno